Tentei

Tentei negar com todas as forças.

Dormi de costas para mim mesma.

Tascando beijos virtuais no dorso da liberdade,

enquanto presa a um sentimento ordinário.

Desenhei sua silhueta na minha vã consciência incontáveis vezes, desejando que o fosse,

no mínimo, uma feliz coincidência mútua.

Que nada, pelo contrário

Aderi a tortura de amar o vazio cheio da dúvida.

Infeliz, só era real nos meus sonhos, o tempo passa e não te vejo (não quero, quero te ver)

Me queima, flagela, essa penitência.

Não veja isso, vai arder, não o desejo a ninguém.

Mesmo quando fiquei bem, busquei seu perfume n'outros mesmos frascos, me perdi.

Falo

Fardo

Fado.

Aos prantos, porém, não ouso me render, já desabei

Juro que te enterrei no mais profundo do que restou do miocárdio,

Cansei dos seus assombros, pra mim você morre a cada dia.

Meu cinema é te assistir esquecer-me lentamente junto com as falsas conversas do passado. Mas ainda dói, não tenha dúvidas.

Pois, agora você não passa de um babaca sozinho.

- Lia