top of page

_

  • Foto do escritor: àliteração.
    àliteração.
  • 2 de nov. de 2018
  • 1 min de leitura

Atualizado: 13 de nov. de 2018


ree

A ditadura chegou no primeiro turno,

carregada em cetim, coberta de flores

que cheiram à sangue seco e

saliva pingada dos gritos que

voltaram a ecoar depois de anos.


Gritos proferindo os mesmos

discursos, pelas pessoas que

trazem o Apocalipse e nem sabem o que ele significa.


Gente que se diz inteligente

queimando livros.

Gente que se diz pró-vida

condenando aqueles que batalham

por ela todos os dias.

Gente que se diz a favor da

liberdade idolatrando o ultra

monstro ustra.


ustra.


.


A pausa foi para as lágrimas que,

com elas, peço desculpas à Paulo Freire, à Herzog, à Luiz Roberto Salinas, à Luiz Eduardo Merlino, à todos aqueles que os corpos nunca foram encontrados e os nomes nunca estampados nos jornais.


Eu sinto muito. E eu temo, minhas pernas tremem.


Vejo agora a maior amnésia histórica.

Me enoja.

Vejo cartazes, bandeiras, danças.

Vejo placas quebras, balas perdidas,

sangue no chão.


Os mesmos que dizem que a “nossa bandeira nunca mais será vermelha” são os primeiros a mancharem-na com sangue de inocentes.


Sempre tive medo, mas nunca o vivi como agora.


O Brasil cresceu em cima da morte.

A liberdade sempre morreu com um estrondoso aplauso.


São tempos sombrios para os

sonhadores e, de tantos problemas

que nos metemos, a grande dúvida

ainda me assombra:


quem mandou matar Marielle?


- Jubarte

Posts recentes

Ver tudo
_
_
 
 
 
_
_
 
 
 

Comentários


© 2018 por àliteração. Felipe Penteado, Lucas Felpi, Mariana e Sara Nassif.

bottom of page