[Sobre amor]

“Eu te amo“ não é uma coisa fácil de se dizer.

Já não é fácil, nem com outros sabendo e te ajudando.

Já não é, nem quando você pode contar às pessoas, sabendo que não vão te julgar.

Já não é fácil, nem quando é pra alguém do sexo oposto.

Mas quando não é esse o caso…

Você não consegue nem dizer a você mesmo.

Uma chama de angústia e incerteza corre todo o seu corpo. O que estou fazendo?

Deve ser um engano, deve ser um momento.

Deve ser uma coisa passageira, uma exceção.

Não pode ser, eu não amo ele.

Eu amo “ela”, não “ele”. Mas e agora?

Vou esconder, vou reprimir. Vou negar, me enganar.

Me jogo? Não, me escondo logo.

Como pode ser que isso é um problema? Não deveria ser pecado amar.

Mas nesse caso é, para de achar que é normal.

Mas é normal. Eu vou ser o que sou.

Mas não em público, não consigo.

Por isso me escondo no anônimo, e escrevo.

O “Eu te amo“? Vou só salvar como rascunho.

- anônimo