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Isso não é um texto de amor

  • Foto do escritor: àliteração.
    àliteração.
  • 17 de fev. de 2018
  • 1 min de leitura
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Ele me deixou. Sem mais nem menos, do nada. Não tive tempo de dar um último abraço, de deixar escorrer uma última lágrima, sem um aviso para eu pudesse dizer um último "eu te amo", ou um último " adeus". Sem que eu pudesse dar um último beijo em seus quentes lábios febris, sem que eu pudesse tocar em seu cabelo molhado e sentir aquele cheiro só dele. Aquele cheiro vivo. Eu me sentia tão viva, apesar de tudo. Com ele. Só com ele. Ele preenchia algo dentro de mim e mesmo com todos os anos que se passaram, eu ainda sentia algo crescer dentro de mim quando eu o via. Sentia meu rosto enrubescer, meu sorriso despontar e minha respiração acelerar. Me sentia boba, como uma criança prestes a dar o primeiro beijo. Me sentia envergonhada e tímida, mas não no sentido ruim, não... algo além disso, me sentia leve e solta e confiante e forte e... Um turbilhão de sentimentos e sensações percorriam minha mente e meu corpo quando eu o via. Sim, só de olhar pra ele, eu sentia tudo o que pessoas levam para sentir a vida toda. Eu sentia a ele e a mim. Eu sentia amor. Eu sentia vida. Agora não o tenho mais. E o que sinto agora? O oposto disso. É como se mesmo com um universo de coisas acontecendo na minha frente, eu não sinta nada. Nada. Nada. Nada! Tudo não se passa de um turbilhão de vazios.


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© 2018 por àliteração. Felipe Penteado, Lucas Felpi, Mariana e Sara Nassif.

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