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- àliteração.

- 18 de fev. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de fev. de 2018

A real é que de tanto que escrevo, nada eu digo.
Pronto, falei.
Tudo isso que você lê é um grande e enfado
nada.
Então pode parar por aqui, virar as costas e ir embora. Não te culpo. Na verdade, te aconselho porque eu não sei sobre o que mais escrever, nem sei mais sobre o que falar, muito menos sei ainda como desenhar e também eu não sei mais quais palavras usar.
Eu só não sei.
Depois de você nada mais fez sentido
e nada do que escrevo soluciona os problemas, só me ajudam a
sobreviver.
E isso me deixa inquieta, com a cabeça ofegante de tanto pensar no que vem depois.
E, afinal, o que vem depois?
É pra isso que estou aqui, não é?
Pra me dar o gostinho amargo-adocicado de ver o que vem depois de você.
O amanhã.
O amanhã vem depois de você, e depois do amanhã vem mais um amanhã. Porque, apesar de você, amanhã ainda há de ser outro dia, não é Chico?
Depois de você vem outro dia, seguido de outro e de outro. Mas não é isso que eu quero. Minha insistência em esperar o inesperado talvez seja o que me mantenha aqui ainda, sabe?
Como disse, eu não sei.
Por insistir no inesperado, insisto na minha vida. E ela tem jeito ainda, não tem?
Você vai dizer que sim, mas eu não sei.
Eu tenho muito tempo, não tenho?
Talvez eu ainda vá até uns 60 e, caramba, são quinze mil seiscentos e noventa e cinco dias até lá.
Todos esses dias que eu tenho pra estruturar minha vida, depois de você. Caramba, quem me quebrou assim, eu ou você?
Eu sei que o amor é líquido, já escrevi sobre isso, e as relações escorrem depois de um tempo, mas eu não sinto que fui feita pra escorrer.
Eu não sou líquida como o seu amor por mim foi.
E disso eu sei
E como sei, sólida como uma pedra
dá pra ver pedaços meus por todo chão.




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