Desabafos de uma heterossexual

Nesse fim de semana, descobri que meu primo é gay. Meu primo que eu sempre considerei meu melhor amigo. Meu primo que sempre brincou comigo. Meu primo que sempre me ouviu, apoiou. Meu primo que cresceu comigo. E eu descobri que ele é gay. Que ele gosta de homens, do mesmo gênero que eu gosto. Um choque, não é mesmo? Obviamente mudei minha forma de olhar pra ele, certo?

Uma das minhas melhores amigas é bi. Sim, ela gosta de meninas. E eu sou uma menina. Meio estranho… Se ela der em cima de mim?

E um dos meus melhores amigos de infância é bi também. Meu, o cara não se decide nunca?

Ah! Minha outra prima é lésbica. Usei biquíni na frente dela, já fiquei sem roupas na frente dela!!! Chocante, né?

Nada disso é chocante. Essas pessoas continuam sendo as mesmas pessoas que sempre foram. Elas são pessoas como eu, como você. Meu primo é minha prima simplesmente gosta de pessoas do mesmo sexo. E meus amigos transpõe os gêneros e simplesmente gostam das pessoas em geral. Todxs elxs continuarão sendo pessoas incríveis, que me apoiam, que riem comigo E que me respeitam.

Então, por quê? Por que julgar uma pessoa pela forma como ela se identifica sexualmente, ou pelo gênero que ela gosta? Por quê? Por que considerar as “diferenças” como algo errado?

Errado é achar que o “diferente” é errado. Errado é achar que ser LGBT é uma fase.

Errado é julgar uma pessoa só porque ela não tem restrição ao amor.

Errado é achar que eles darão em cima de você o tempo todo.

Errado é achar que isso é uma opção que pode ser mudada.

Vocês acham mesmo que isso é uma opção? Quem opta pelo preconceito? Ninguém.

E sabe, eu tô cansada. Cansada de ouvir pessoas julgando, menosprezando, fazendo “piadinhas”... Lembrando que piada só é engraçado quando ambos os lados o acham. Enfim, tô cansada disso. Quando vamos abrir os olhos e aceitar as “diferenças”? “Diferente” não é errado. Aliás, nem diferente é. Tem muita gente por aí que só não tem coragem de se assumir por medo da resposta da sociedade ao redor. Então cara, abre os olhos e aceita o diferente. Aposto que você tem algo que difere em relação a muita gente… e você, por acaso, é julgado por isso?

- Aidê