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E lá estava ela, no meio de toda escuridão do mundo, coberta de caos e lágrimas, cujas escorreram de milhares de vítimas de seus próprios atos de traição.

Lá estava ela, sentada brincando com sua boneca imaginando um mundo perfeito onde o príncipe encantado sempre a salvará, onde o pior sentimento que lá já se sentiu, além de ser o único, é a própria alegria. Alegria que entra pulando todos os dias de manhã em sua mente e mesmo durante seus períodos mais tristes, reluta para permanecer no grande QG que o cérebro humano oferece. Uma pobre menina, jovem demais para enfrentar a verdade, mas velha demais para se iludir com tais fantasias que jamais se realizarão. Um espaço de tempo difícil de se caracterizar: seria ela uma criança ou uma adulta?

Com o mundo sobre as costas e o tempo escorrendo entre seus dedos compridos e femininos, a menina olha ao seu redor com medo, assustada com a realidade que fora ocultada por seus pais por tanto tempo. Maldito tempo! Que passou rápido demais no momento errado, tempo que se recusou a se sentar e conversar e saiu correndo pela porta, escorrendo agora pelas mãos trêmulas de tal garota. Segundos viram minutos, minutos viram horas. Horas que virarão dias, dias que se tornam em meses que se transformam em anos. E assim por diante, pelo menos, não seria assim? Ou todos esses nomes teriam sidos inventados somente para confundir a fraca mente da garota? Garota que até agora, desconhece tanto a velocidade quanto a importância de cada uma dessas palavras, que desconhece o valor que o tempo tem.

Pobre menina, que fora acordada de forma tão brusca e grosseira, que abrira os olhos em um momento tão prematuro e inadequado, apresentada a sociedade capitalista e infeliz de forma tão fria. Jovem menina, que seus anos nunca foram o suficiente para enxergar o lado bom das coisas, nova demais para se considerar sábia e ter certo controle de sua própria mente, anos vividos que só causam mais problemas e preocupações.

- anônimo