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Ao meu sol

  • Foto do escritor: àliteração.
    àliteração.
  • 21 de mai. de 2018
  • 1 min de leitura

Atualizado: 21 de mai. de 2018


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Lembro daquele dia que eu acordei diferente. A luz parecia mais forte, os sons mais nítidos e até a beleza era mais pura.

Percebia cada detalhe: a folha dançando, a nuvem caminhando até ouvi a conversa de um grilo com uma borboleta.

Estávamos, eu e você, de costas para o chão. Você falava e eu ouvia, depois eu dizia e você escutava.

O sol batia nos seus fios de ouro que de tão raros me custa nomear de cabelo.

O brilho na imensidão azul daquelas bolinhas que você chama de olhos e eu chamo de oceano. Ou céu, depende do dia.

Quando me dei conta você não mais falava, sua boca apenas mexia, enfatizava e sussurrava.

Logo chegaria minha vez de falar e o que eu iria dizer? Não sabia do que se tratava toda aquela conversa labial surda que vinha da pintura que era você.

Mas como eu disse, eu acordei diferente, e a necessidade de profetizar palavras soltas tinha sumido.

Eu não disse nada. O silêncio disse. O nosso silêncio é o que mais fala.


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© 2018 por àliteração. Felipe Penteado, Lucas Felpi, Mariana e Sara Nassif.

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