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- àliteração.

- 17 de fev. de 2018
- 2 min de leitura

Humano, ô sujeitinho complicado. Mas eu sou humano?, você perguntaria. Sou? O que é ser humano? É claro que eu tenho um corpo de humano, todos nós temos, mas sou humano? Humano. Da empatia ao egoísmo, todos somos humanos. Mas ainda assim, ô sujeitinho complicado. Diz não quando quer dizer sim e sim quando quer dizer sim ou não e não quando quer dizer não mas pensa também no sim sem deixar de querer o não e sim e não e sim e não. Faz o que não quer porque quer, ou simplesmente porque os outros estão fazendo. Outros que fazem pelo mesmo motivo. Imagino o primeiro idiota que olhou para outro e pensou “Ei, eu quero fazer isso também”, a partir daí só mais idiotas apareceram. Mas pelo menos o idiota inicial pensava, porque os de agora nem pensar pensam, só fazem. Fazem sem nem mesmo notar que estão fazendo. Incrível. O ser humano é idiota e incrível. Se o chamo de maior idiota ele retruca “Pelo menos eu sou o maior”. Mas não se engane, eu também sou idiota, todos somos. Mas cada um com sua idiotice. A minha é não entender a dos outros, a sua é ler isso e procurar razão. Seu idiota. Aposto que é humano também. Só escrevo porque me frustro, não porque tenho algo a escrever. Isso daqui é só uma reclamação requintada. Para que mesmo idiota eu ainda me sinta melhor do que os outros. Mas olha como eu sou humano também. Dentre as ironias e contradições, ser humano é só uma fase. Pena que dura para o resto da vida. Ah, epifania! Vejo agora o humano com outros olhos, como fui idiota. Bom, ainda sou. Mas vejo que sou. O que eu também já via. Mas e a epifania? Era uma mentira. E esse vai ser um texto de um parágrafo só, porque na minha fala não se tem divisão. Na verdade, é só um discurso vazio. Para falar um nada bem grande e encher de palavras. E você vai terminar de ler como se não tivesse lido nada. Oh, beleza da escrita. Bota nos meus pensamentos formas, mas esquece de significá-los. E eu esperando que a língua trabalhe para mim. Nem lembro do que estava falando. Ah é, humanos. Ô sujeitinhos complicados.
- ninguém




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